Antero José Ferreira de Brito

Antero José Ferreira de Brito
Antero José Ferreira de Brito
Nascimento 11 de janeiro de 1787
Porto Alegre
Morte 5 de fevereiro de 1856 (69 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Cidadania Brasil
Ocupação militar, político
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Antero José Ferreira de Brito, primeiro e único barão de Tramandaí, (Porto Alegre, 11 de janeiro de 1787 — Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 1856) foi um militar e político brasileiro.[1]

Filho do médico, Dr. Antero Ferreira de Brito, natural do Rio de Janeiro, e de Bernardina de Azevedo Lima, natural de Porto Alegre. Pertencia à família fundadora da cidade de Três Pontas e arredores, em Minas Gerais, tendo os seus antepassados engenhos na região. Desposou no Recife, em 1826, a sua prima Cândida Ferreira de Brito, natural da Bahia, falecida em 1878. Era tio-avô do barão da Boa Esperança e tio-bisavô do barão de Pontal. Era primo-irmão do comendador Israel Soares de Paiva e da condessa de Porto Alegre, Bernardina Soares de Paiva, segunda consorte do conde de Porto Alegre.

Assentou praça em 22 de novembro de 1808, tendo participado na Primeira Campanha Cisplatina, entre 1811 e 1812 no comando de uma bateria de artilharia, sob as ordens do tenente-general Manuel Marques de Sousa, conde de Porto Alegre. Em 1818 era encarregado de guarda em Castilhos, quando surpreendeu as partidas de La Torre e Pancho, fazendo-os prisioneiros. Terminou a guerra como sargento-mor, nomeado comendador da Imperial Ordem de São Bento de Avis.

Em Porto Alegre, liderou uma tentativa de tomar o governo, em 16 de outubro de 1821, que teria apoio do exército, do vigário geral e da câmara. Entretanto foi denunciado ao governador, o duque de Saldanha, sendo preso e enviado a corte para julgamento. Teve sua prisão relaxada e depois foi enviado a Montevidéu, onde permaneceu de março a 18 de setembro de 1822. Foi agraciado cavaleiro e depois oficil da Imperial Ordem do Cruzeiro.

Em 1823, já como coronel, participou da guerra de independência na Bahia, embarcado na nau Pedro I, combatendo a esquadra portuguesa. Entrou depois na cidade de Salvador com as tropas vitoriosas brasileiras, em 2 de julho de 1823.

Em 1824 seguiu para Pernambuco, com as tropas do duque de Caxias, onde combateu a Confederação do Equador. Depois de ter sido comandante das armas na Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, já no posto de brigadeiro, foi nomeado em 1832 ministro da guerra.

Assumiu como presidente das províncias do Rio Grande do Sul em 5 de janeiro de 1837, durante a Revolução Farroupilha, substituindo a José de Araújo Ribeiro, visconde de Rio Grande, que era amigo e parente de Bento Manuel Ribeiro. Esta substituição fez Bento Manuel pedir demissão do cargo de comandante das armas, tendo depois licenciado a maior parte de sua tropa. Ao ter conhecimento disto Antero partiu para sua captura, mas foi por este supreendido e preso, em 24 de março de 1837. Bento Manuel mudou para o lado dos farroupilhas e Antero foi mantido prisioneiro até 5 de janeiro de 1838, quando foi trocado por Francisco Xavier do Amaral. Já havia sido substituído no governo da província em 1 de abril de 1837.

Foi também presidente da província de Santa Catarina, de 26 de junho de 1840 a 26 de dezembro de 1848, quando assumiu o cargo o vice-presidente Severo Amorim do Vale, que presidiu a província até 6 de março de 1849.

Brigadeiro e ministro da Guerra, foi promovido a tenente-general em 3 de março de 1852, e nomeado conselheiro de Guerra em 3 de julho do mesmo ano.

Recebeu o título nobiliárquico de barão de Tramandaí por carta imperial de 14 de março de 1855. Foi condecorado com a grã-cruz da Ordem de São Bento de Avis, sendo ainda dignitário e grande-dignitário da Imperial Ordem da Rosa. Tinha as insígnias militares da Independência da Bahia, a medalha de Divisão; Boa Ordem: Constância e Bravura, a medalha da Campanha Cisplatina e a medalha Distinção em Combate.

Morreu no posto de comandante de Armas da Corte. Deixou quatro filhos.

Referências

  1. Antero José Ferreira de Brito, Memória Política de Santa Catarina, em memoriapolitica.alesc.sc.gov.br

Bibliografia

  • PORTO-ALEGRE, Achylles. Homens Illustres do Rio Grande do Sul. Livraria Selbach, Porto Alegre, 1917.
  • MOYA, Salvador de. Anuário Genealógico Brasileiro. São Paulo : Publicações do Instituto Genealógico Brasileiro. Ano III, 1941, p. 501.
  • LAGO, Laurênio. Acréscimos e Retificações ao "Arquivo Nobiliárquico". In: Anuário do Museu Imperial de Petropólis, s.d., p. 209.
  • LAEMMERT, Eduardo e Henrique. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro para o ano de 1857, p. 60
  • SILVA, Alfredo P.M. Os Generais do Exército Brasileiro, 1822 a 1889, M.Orosco & Co., Rio de Janeiro, 1906, vol. 1, 949 pp.
  • BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento Blake. Diccionario bibliographico brazileiro. 7 vols, 1883.

Ligações externas

  • Relatório da Administração do Ministério da Guerra, apresentado na augusta administração dos senhores deputados na sessão de 1833 pelo ministro Antero José Ferreira de Brito. Disponibilizado pelo Center for Research Libraries
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o brigadeiro Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província na abertura da sua sessão ordinária em 1 de março do 1841
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo graduado Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província na abertura da sua sessão ordinaria em 1 de março de 1842
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província na abertura da sua sessão ordinária em 1 de março de 1843
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província na abertura da sua sessão ordinária em 1 de março de 1844
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província na abertura da sua sessão ordinária em 1 de março de 1845
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província no ato da abertura de sua sessão ordinária em 1 de março de 1846
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província no ato da abertura de sua sessão ordinária em 1 de março de 1847
  • Fala que o presidente da província de Santa Catarina o marechal de campo Antero José Ferreira de Brito dirigiu à Assembléia Legislativa da mesma província no ato de abertura de sua sessão ordinária em 1 de março de 1848
  • Relatório da passagem da presidência ao 3º vice-presidente Severo Amorim do Vale


Precedido por
Manuel da Fonseca Lima e Silva
Ministro da Guerra do Brasil
1832 — 1835
Sucedido por
Joaquim Vieira da Silva e Sousa
Precedido por
Bento Barroso Pereira
Ministro da Marinha do Brasil
1832
Sucedido por
Joaquim José Rodrigues Torres
Precedido por
Joaquim José Rodrigues Torres
Ministro da Marinha do Brasil
1834 — 1835
Sucedido por
João Paulo dos Santos Barreto
Precedido por
José de Araújo Ribeiro
Presidente da província do Rio Grande do Sul
1837
Sucedido por
Américo Cabral de Melo
Precedido por
Francisco José de Sousa Soares de Andréa
Presidente da província de Santa Catarina
1840 — 1848
Sucedido por
Severo Amorim do Vale


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Estado e
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(D. Pedro I)
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(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Período Populista
(4.ª República)
Ditadura militar
(5.ª República)
Nova República
(6.ª República)
Até 1967, o responsável pela gestão do Exército era o ministro da Guerra. De 1967 até 10 de junho de 1999 — data da criação do Ministério da Defesa — o responsável era o ministro do Exército. Após essa data, passou a ser denominado comandante do Exército.
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(D. Pedro I)
Período regencial
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(D. Pedro II)
Bandeira do Brasil (1889-1960) República Velha
(1.ª República)
Bandeira do Brasil (1889-1960) Era Vargas
(2.ª e 3.ª Repúblicas)
Bandeira do Brasil (1889-1960) Período Populista
(4.ª República)
Bandeira do Brasil Ditadura Militar
(5.ª República)
Bandeira do Brasil Nova República
(6.ª República)
Com a criação do Ministério da Defesa, em 10 de junho de 1999, o ministro da Marinha passou a ser denominado comandante da Marinha.
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