Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro do Congo

Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro do Congo
Criação
Sede social
Lubumbashi
Sector de atividade
Website
www.snccsa.com

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A Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro do Congo (SNCC; em francês: Société nationale des chemins de fer du Congo) é a companhia ferroviária nacional que administra as linhas interiores da República Democrática do Congo.[1] Sua sede está localizada em Lubumbashi.[2]

Surgida, entre 1960 e 1974, como fusão, aquisição e nacionalização de diversas empresas, conservou, até 1997, o nome de Société Nationale des Chemins de Fer Zaïrois (SNCZ; Sociedade Nacional dos Caminhos do Zaire). Devido à Segunda Guerra do Congo, a companhia praticamente não operou entre 1998 e 29 de junho de 2004. Durante a guerra, 500 km de ferrovia na província de Maniema e na atualmente extinta de Catanga foram destruídos. Ajudas estrangeiras na ordem de um milhão de dólares da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional tem financiado a reconstrução de trechos mais vitais. As instituições religiosas de caridade e ONGs costumam usar a ferrovia para distribuir alimentos e outros suprimentos. Apesar do apoio externo, a SNCC esteve à beira do colapso em 2010; necessitando de um resgate do Banco Mundial no mesmo ano, que deu, a título de fundo perdido, 255 milhões de dólares.

Embora seja considerada a gestora da rede, a mais vital das linhas do país, a Ferrovia Matadi-Quinxassa é operada pela órgão de governo Société commerciale des transports et des ports (SCTP; Sociedade Comercial dos Transportes e dos Portos), sob um acordo com a SNCC.

Linha do tempo

A linha histórica do tempo que levou a formação da SNCC é a seguinte:[3]

  • 1889: criação da Compagnie du Chemin de Fer du Congo (CCFC), que tornou-se depois Compagnie du Chemin de Fer Matadi-Kinshasa (CFMK);
  • 1898: criação da Société des Chemins de fer vicinaux du Mayumbe (CVM), que tornou-se depois Compagnie du Chemin de Fer du Mayumbe (CFM);
  • 1902: criação da Compagnie de chemin de fer du Katanga (CFK);
  • 1902: criação da Compagnie du Chemin de fer du Congo Supérieur aux Grands Lacs africains (CFL);
  • 1906: formação da Compagnie du chemin de fer du bas-Congo au Katanga (BCK);
  • 1924: criação da Société des chemins de fer vicinaux du Zaîre (CVZ)
  • 1927: criação da Sociedade dos Caminhos de Ferro Léopoldville-Katanga-Dilolo (LKD);
  • 1931: conexão da rede ferroviária com o oceano Atlântico pelo Caminho de Ferro de Benguela;
  • 1952: fusão da LKD e da CFK para formar a Compagnie de chemin de fer du Katanga-Dilolo-Léopolville (KDL);
  • 1960: nacionalização da KDL, tornando-se Compagnie des Chemins de Fer Kinshasa-Dilolo-Lubumbashi (KDL);
  • 1961: subdivisão da BCK em Antiga-BCK de direito belga e Nova-BCK de direito congolês;
  • 1970: aquisição da Nova-BCK pela KDL;
  • 1974: fusão das empresas ferroviárias KDL, CFL, CVZ, CFMK e CFM, formando finalmente a Société Nationale des Chemins de Fer Zaïrois (SNCZ);
  • 1991: a SNCZ é subdividida em SNCZ-Holding, que, por sua vez, é subdivida em Office des chemins de fer du Sud (OCS), Société des chemins de fer de l'Est (SFE) e Office des Chemins de fer des Uele (CFU);
  • 1995: em novembro de 1995 a SNCZ-Holding é suprimida, assim como suas subsidiárias, sendo assinado de um acordo-quadro que cede a operação das ferrovias a uma empresa privada chamada Sizarail, que foi dissolvida em 1997;
  • 1997: reaquisição, pela SNCZ, de todas as operações da Sizarail, e transformação da SNCZ finalmente na estatal Société nationale des chemins de fer du Congo (SNCC).

Rede

A rede sob supervisão e administração da SNCC possui 3.641 quilômetros (dos quais 858 quilômetros eletrificados), ligando as províncias de Alto Catanga, Lualaba, Alto Lomami, Tanganhica, Lomami, Lulua, Cassai, Maniema e Kivu do Sul. A rede em Tshopo é administrada pela SNCC, mas não possui ligação com o restante do sistema, e a rede entre Alto Uele e Baixo Uele está inativa.[4]

Em bitola de 1.067 mm (3 pés e 6 polegadas):

  • Ferrovia Camina—Ilebo: em grande parte degradada, porém nos trechos onde está operacional (Camina-Kaumbo) há trens de passageiros em circulação semanais;
  • Trecho Sacania-Lubumbashi-Tenque-Camina-Cabalo-Quindu: é considerada um trecho da Ferrovia Cabo-Cairo; a exceção dos trechos entre Sacania e Camina, todos os demais estão degradados;
  • Trecho Tenque-Dilolo: parte do Caminho de Ferro de Benguela;
  • Ferrovia Kabalo—Kalemie: em grande parte degradada.

Em bitola de 1.000 mm (3 pés e 33⁄8 polegadas):

  • Ferrovia Ubundu a Kisangani: seção curta e isolada da rede ferroviária usada para contornar uma seção não navegável do rio Lualaba.

Ligações externas

  • Sítio eletrônico da SNCC

Referências

  1. Société Nationale des Chemins de fer du Congo (SNCC). Railway Gazette.
  2. Societe Nationale Des Chemins de Fer Du Congo. Bloomberg.
  3. La problématique de l'audit interne dans la gestion des entreprises publiques en République Démocratique du Congo: Cas de la "Société nationale des chemins de fer du Congo" - SNCC. Memoire Online. 2008.
  4. Blanchart Charles, et al. : Le Rail au Congo Belge (3 tomes). Bruxelles : Blanchart, 1993/1999/2008