Hachiman

Santuário dedicado a Hachiman na cidade de Usa em Oita

Na mitologia japonesa, Hachiman (八幡神, Hachiman-jin/Yahata no kami?) é o deus do arco e flecha e da guerra,[1][2] que incorporou elementos do Xintoísmo e do Budismo.[3] Embora muitas vezes chamado o Deus da Guerra, ele é mais corretamente definido como o Deus Protetor dos Guerreiros.[3][4] Ele também é o Protetor Divino do Japão e do Povo Japonês. O seu nome significa Deus das Oito Bandeiras, referindo-se as oito bandeiras celestes que marcaram o nascimento do divino Imperador Ōjin. Seu animal simbólico e mensageiro é a pomba.

Desde os tempos antigos Hachiman era adorado pelos camponeses como o Deus da Agricultura e pelos pescadores que esperavam que ele iria encher as redes com muito peixe. Na Religião Xintoísta, foi identificado nas lendas como o Imperador Ojin, filho da Imperatriz Consorte Jingū, a partir do Século III.

Sincretismo

Após a chegada do budismo ao Japão, Hachiman tornou-se uma divindade sincretista, fundindo elementos da adoração kami nativa com o budismo (Shinbutsu Shugo). No panteão budista do Século VIII, ele se tornou Grande BodisatvaHachiman (八幡大菩薩, Hachiman Daibosatsu?).[5]

Samurai Adorado

Como Imperador Ojin, Hachiman era um ancestral dos Minamotos, tornando-se um kami tutelar (氏神, , ujigami?) do clã samurai Minamoto.[4] Minamoto no Yoshiie, quando teve idade para ir ao Santuário Iwashimizu em Kyoto, assumiu o nome de Hachiman Taro Yoshiie e através de seu poderio militar e de sua virtude como líder, era considerado e respeitado como o ideal samurai através dos tempos. Depois que Minamoto no Yoritomo tornou-se shogun e estabeleceu o shogunato Kamakura, a popularidade Hachiman cresceu e tornou-se, por extensão, o protetor da classe guerreira que o shogun trouxera ao poder. Por esta razão, o shintai de um Santuário Hachiman é geralmente um estribo ou uma curva.[6]

Durante todo o período medieval japonês, a adoração de Hachiman espalhou-se por todo o Japão não só entre os samurais, mas também no campesinato. Tanto assim era a sua popularidade que, atualmente, existem 25 mil templos xintoístas no Japão dedicados a Hachiman, o segundo com mais templos depois dos santuários dedicados a Inari Ōkami. O Santuário em Usa (Usa Hachiman-gu), na Província de Oita é santuário mais importante de todos e juntamente com Iwashimizu Hachiman-gū, Hakozaki-gū e Tsurugaoka Hachiman-gu, são apontados como os principais santuários dedicados a ele.

O Brasão de Hachiman é um tomoe, um círculo com três vórtices girando à direita ou à esquerda. Os Clãs samurais usam muito esse brasão como se fosse sua, ironicamente, incluindo alguns que traçam sua ancestralidade até os inimigo mortais dos Minamoto, como era o caso do Clã Taira da linha do Imperador Kammu (Kammu Heishi).

Referências

  1. Christine Guth Kanda (1985). Shinzō. Hachiman imagery and its development (em inglês). Harvard: Harvard Univ Asia Center. p. 1. ISBN 9780674806504 
  2. «Hachiman & Hachimangū Shrines» (em inglês). Consultado em 23 de janeiro de 2013 
  3. a b Bernhard Scheid. «Hachiman Schreine» (em alemão). University of Vienna. Consultado em 23 de janeiro de 2013 
  4. a b Sadazumi Motegi. «Shamei Bunpu (Shrine Names and Distributions)» (em Japanese). Encyclopedia of Shinto. Consultado em 23 de janeiro de 2013  !CS1 manut: Língua não reconhecida (link)
  5. Ross Bender (1979). «The Hachiman Cult and the Dōkyō Incident». Monumenta Nipponica (em inglês). 34 (2). pp. 125–53. JSTOR 2384320. doi:10.2307/2384320 
  6. Michael Ashkenazi (2003). Handbook of Japanese Mythology (World Mythology) (Hardcover). Santa Barbara: ABC-CLIO. ISBN 9781576074671 
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